Brazil
September 29, 2017
As novas técnicas de melhoramento genético, como a edição de genomas e o desenvolvimento de cultivares resistentes a doenças foram apresentadas nesta quarta-feira (27) durante palestra na reunião mensal de associados da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (Abrass), em Brasília. O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)- Soja Alexandre Nepomuceno traçou uma linha do tempo na qual explicou desde o processo de criação da cultivar de soja RR1, primeira planta transgênica produzida em escala comercial no mundo, até os avanços da pesquisa atual.
Segundo Nepomuceno, houve um importante salto tecnológico nos últimos 10 anos que possibilitou reduções de custo e maior eficiência nas pesquisas. “O mundo todo discute atualmente o uso e a regulamentação de novas técnicas, como o Crispr, uma ferramenta que funciona como uma tesoura de alta precisão para a edição de genomas”. Nos Estados Unidos, a técnica está amplamente difundida e no Brasil vem sendo usada por pesquisadores da Embrapa.
A tecnologia Crispr, complementa o pesquisador, abre a possibilidade de criação de novas genomas a partir do melhoramento genético. O presidente da Abrass, Marco Alexandre Bronson, destacou que a biotecnologia é a área atualmente ganha maior importância para o setor. Ele questionou o pesquisador sobre quais seriam as mudanças no setor de soja para os próximos 10 anos.
De acordo com Nepomuceno, o futuro estará baseado no domínio das tecnologias de edição de genomas resistentes a doenças e na formação de um banco de dados genéticos. “Hoje a grande corrida é o Big Data”, afirmou o pesquisador.
Para o vice-presidente da Abrass Carlos Augustin, o Brasil precisa aumentar os investimentos em pesquisa científica e se espelhar em países como a Austrália que possuem um modelo de sucesso na parceria entre governo e entidades de pesquisa.