Brazil
May 15, 2017
Muitos produtores cultivam variedades de sementes com tecnologia Bt. Isso significa que são variedades transgênicas que produzem a proteína Cry1Ac, derivada da bactéria Bacillus thuringiensis. Na prática, esse tipo de soja produz uma toxina capaz de matar pragas como a lagarta da soja, a helicoverpa e a falsa medideira.
Há anos, o produtor brasileiro já sabe que essa tecnologia funciona no campo e vale a pena investir. Porém, o uso exclusivo de variedades Bt nas lavouras por safras sucessivas acelera o processo de seleção de indivíduos resistentes das pragas. As lagartas suscetíveis à tecnologia morrem, enquanto as lagartas mais “fortes” sobrevivem e se reproduzem. Assim, com o passar do tempo, as populações de lagartas resistentes ameaçam a eficiência da tecnologia. É por isso que especialistas e empresas de sementes sempre recomendam a adoção de áreas de refúgio. Confira as orientações para adotar áreas de refúgio na sua lavoura:
1 – Por que plantar refúgio é essencial?
A adoção de áreas de refúgio é fundamental para manejar a resistência de insetos. Muitos produtores acham que área de refúgio é um ‘criadouro’ de pragas e que o número de lagartas vai aumentar, mas na verdade isto não acontece. É preciso ter consciência de que essa é uma atividade preventiva muito importante. A realização do refúgio vai evitar que as lagartas fiquem resistentes à soja Bt, por exemplo.
2 – Qual é a lógica do refúgio?
O objetivo das áreas de refúgio é promover a existência de pragas que são suscetíveis à tecnologia Bt. Na área de refúgio, esses insetos não têm contato com a proteína Cry1Ac, a toxina que mata a lagarta. As mariposas provenientes das áreas de refúgio se movimentam pela lavoura, acasalam com insetos resistentes de outras áreas da fazenda e isso faz com que as novas gerações de insetos também sejam suscetíveis à tecnologia Bt.
3 – Como deve ser o refúgio?
As áreas de refúgio devem ocupar pelo menos 20% da área total destinada ao cultivo. Mas não adianta selecionar um talhão da fazenda e concentrar o plantio convencional ou não Bt numa só área porque dessa forma o refúgio não vai funcionar. Para planejar a área de refúgio é preciso avaliar o tamanho da propriedade, a distribuição dos talhões e a figura de cada talhão. Se o talhão tiver dois quilômetros quadrados, por exemplo, necessariamente o produtor tem de dar um jeito de colocar 20% de refúgio dentro desse talhão, respeitando a distância de 800 metros entre a área Bt e não Bt.
As áreas de refúgio devem estar presentes em toda a fazenda de forma homogênea, em forma de blocos ou faixas, com uma distância máxima de até 800 metros do cultivo Bt. Essa distância tem um motivo claro: é a distância máxima de voo das mariposas. Isso facilita o acasalamento das possíveis mariposas resistentes à soja Bt com as mariposas que estão na área de refúgio.
4 – Semente convencional ou transgênica?
O produtor pode plantar uma semente convencional ou qualquer variedade transgênica que não seja Bt. É possível, por exemplo, cultivar a soja a RR2e adotar áreas de refúgio com a soja RR1.
5 – Cuidado com a semeadura
Plantar soja precoce, por exemplo, e adotar áreas de refúgio com uma variedade de soja tardia também não funciona. O desenvolvimento das populações de pragas e o comportamento da lagarta está diretamente ligado ao desenvolvimento da planta e às condições ambientais. O ideal é sincronizar as semeaduras. A lavoura Bt e as áreas de refúgio devem ser semeadas na mesma época.
6 – Não se desespere com a desfolha
Por exemplo, nas áreas de refúgio poderá haver a incidência de pragas como a lagarta da soja e a falsa medideira e, consequentemente, um nível de desfolha maior do que nas lavouras Bt. A orientação é não se desesperar e realizar normalmente o manejo indicado para a soja convencional ou a variedade transgênica utilizada nessas áreas.
Existem diferentes modelos para dispor as áreas de Refúgio. Entenda as principais características de cada uma e escolha a que melhor se encaixa na sua propriedade.
Acesse o site: http://www.intactarr2pro.com.br/refugio e saiba mais sobre está prática.
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