Brazil
March 17, 2017
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Para a maioria dos hortifrútis, a oferta deve ser controlada no mês de março. Para algumas culturas, o motivo é a redução na área plantada, enquanto para outras, o problema é a produtividade limitada, em muitos casos devido à falta de chuvas.
As exceções são alface e cebola: enquanto a folhosa deve ter aumento na oferta neste mês, devido às chuvas mais escassas da segunda quinzena de fevereiro, a cebola deve ter mais um mês de elevada oferta, sendo causada principalmente pelos bulbos armazenados no Sul do País.
Veja as perspectivas para as principais culturas hortifrutícolas para o mês de março:
ALFACE: Aumento na oferta em março: A disponibilidade de alface pode ser maior neste mês, com a previsão da diminuição das chuvas na segunda quinzena de fevereiro nos polos produtores de São Paulo, Minas e Rio de Janeiro. Neste cenário, as cotações de alface podem ser inferiores neste mês. A menor umidade contribuiu com a recuperação da produtividade da folhosa, porém as chuvas durante o plantio ainda podem limitar a qualidade e o tamanho dos pés. Além disso, a colheita antecipada de alguns pés em fevereiro (com o objetivo de diminuir as perdas) pode gerar alguns períodos de “janela” na oferta.
CEBOLA: Plantio em SP e Irecê: O plantio de cebolas deve ser intensificado em março, tanto em Irecê (BA) quanto nas roças do estado de São Paulo. No caso da praça baiana, pode haver recuo de 20% em relação à área plantada no ano passado, devido aos baixos preços de 2016 e à falta de chuvas no Nordeste. Em Monte Alto e São José do Rio Pardo (praças paulistas), também deve haver redução no plantio, já que os resultados de 2016 também foram insatisfatórios. Com relação à oferta neste mês, ainda deve haver bons volumes do Sul do País, já que ainda há disponibilidade de bulbos armazenados.
CENOURA: Oferta controlada: Os preços da cenoura devem continuar acima dos custos de produção no mês de março. Em São Gotardo (MG), houve muitos problemas com bifurcação em fevereiro, o que levou ao descarte de até 40% de algumas áreas colhidas, resultando em menor produtividade média – para março, contudo, estes problemas devem diminuir. Em Irecê (BA), o problema foi a falta de chuvas, que limitou o plantio na região, além do aumento no descarte devido à dificuldade na irrigação. Já Caxias do Sul (RS) deve intensificar a colheita neste mês.
MELANCIA: Início do plantio em GO: O plantio de melancia na região de Uruana (GO) deve começar neste mês, se intensificando em abril. No geral, produtores estão otimistas para a temporada 2017 e, como reflexo dos bons resultados em 2016, pretendem aumentar o plantio deste ano. A oferta neste mês, por sua vez, pode ser controlada, já que Bagé (RS) e Teixeira de Freitas (BA) plantaram menor área em relação a 2015/16, enquanto a safrinha paulista deve começar a se intensificar em março, também com menor área em relação à temporada passada.
MELÃO: Oferta limitada e preços firmes: A oferta de melão deve continuar limitada em março, o que pode garantir preços firmes. O ritmo da colheita na região do Vale do São Francisco (BA/PE) é reduzido, devendo registrar apenas leve aumento no final deste mês, com a intensificação da safra 2017. Já o volume do Rio Grande do Norte/Ceará deve reduzir gradativamente até o final deste mês, com a finalização da temporada 2016/17. Assim, a oferta e a demanda podem ficar equilibradas em março.
TOMATES: Início da safra de inverno em MG: Os primeiros tomates da safra de inverno devem ser ofertados em março, devido ao início da colheita de Araguari (MG) e do Sul de Minas Gerais. Para este início de temporada, a produção mineira deve começar aos poucos e aumentar gradativamente. Nas demais regiões da safra de inverno, a oferta deverá se iniciar em abril, inclusive em Mogi Guaçu (SP). Para o início de safra, a expectativa é de preços superiores aos de fevereiro, já que a disponibilidade de tomates de inverno ainda será lenta, enquanto a oferta da safra de verão deverá ser bastante reduzida.
*Análise realizada no dia 03/03/2017.
Equipe: Fernanda Geraldini Palmieri, João Paulo Bernardes Deleo, Letícia Julião e Marina Marangon Moreira
Coordenação: Drª Margarete Boteon