Londrina, Brazil
18 de Novembro de 2015
As lagartas são consideradas um dos maiores problemas da agricultura brasileira no que se refere à dificuldade e custos de controle, levando toda a cadeia produtiva do agronegócio a investir US$ 7,5 bilhões por ano com defensivos agrícolas e desenvolvimento de sementes só para combater esse tipo de praga no campo, de acordo com a Crop Life Latin América. Embora o produtor tenha acesso à solução da soja Intacta RR2 PRO™, já existem espécies resistentes a ela e, para simplificar o manejo nas lavouras, a empresa global do setor de agroquímicos Adama (leia-se Adamá) lança, após cinco anos de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, o inseticida Voraz®, solução elaborada para as tecnologias Bt, que estará à venda a partir de janeiro.
Segundo o gerente de Portfólio da Adama, Pedro Singer, algumas técnicas agrícolas comuns no Brasil, como a sucessão das culturas de soja, milho, trigo e algodão, com o tempo, fizeram com que as lagartas, conhecidas por atacarem apenas uma cultura, dessem lugar a outras espécies, que se adaptaram e passaram a ameaçar todo o sistema de produção agrícola pela falta de ferramentas eficazes no controle simultâneo de diferentes pragas. Ou seja, algumas lagartas atacam diferentes culturas e já são resistentes às tecnologias Bt.
Já a reprodução da cigarra-do-cafeeiro, ou Quesada gigas, considerada outra grande vilã dos cafeicultores, também ocorre na transição da primavera para o verão. Durante o período de acasalamento, de setembro a março, os ovos são colocados no tronco das plantas e, assim que o inseto em fase larval emerge, movimenta-se para debaixo da terra em uma profundidade que pode chegar a um metro e passa a se alimentar das raízes dos cafezais, podendo sugar a seiva do cafeeiro por até quatro anos sem ser percebido. Quando se torna ninfa móvel, último estágio de desenvolvimento antes de virar adulta, abandona o solo para se firmar no tronco da hospedeira, quando a cultura atacada já apresenta fortes evidências de fraqueza na parte aérea, com amarelecimento, deficiência nutricional nas folhas, ramos secos e baixa produção. Como não existe predador natural para conter essa praga, a única forma de controle é o uso de inseticida.
Diante desta gravidade, Singer explica como o novo inseticida da Adama poderá ajudar os agricultores nas lavouras. "O Voraz® atua de forma híbrida por trazer em um único produto a combinação inédita de diferentes mecanismos de ação, que, juntos, combatem lagartas, mesmo as complexas, nas mais diversas culturas, inclusive aquelas que apresentam alguma resistência aos genes Bt, entre elas a Helicoverpa e a Spodoptera, esta segunda vista por especialistas como a mais predominante nos próximos cinco anos. Isso significa simplicidade, mais eficiência das ferramentas Bt’s e uma economia de até 50% ao somar os gastos com combustível e aplicação de defensivos, sem contar os ganhos com produtividade e otimização de tempo".