A Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS), através de seu presidente, Marco Alexandre Bronson e Sousa, integrou, nesta segunda-feira (14), durante o XIX Congresso Brasileiro de Sementes, a mesa redonda “Ações emergenciais contra a pirataria de sementes”.
O presidente apresentou as principais ações desenvolvidas pela associação em combate à pirataria de sementes de soja e ressaltou que a ilegalidade é mais cara em todos os sentidos. “O agricultor ainda tem a ilusão de que pode entregar um grão sem procedência, mas isso não irá acontecer. Toda soja ilegal será penalizada com pagamento de 7,5% na moega e o sistema de cobrança está totalmente alinhado neste momento”, disse.
Marco Alexandre apresentou ao público as linhas de atuação da ABRASS referentes ao assunto, como campanhas publicitárias em curso, ações de educação e conscientização, interlocução política no sentido de buscar uma legislação mais atualizada e mais rigorosa contra pirataria, denúncias e eventos em diferentes regiões do país.
O presidente da ABRASS relembrou que esteve com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, no último dia 8, e protocolou, junto com associações estaduais, denúncia contendo 50 nomes de suspeitos de pirataria para que sejam fiscalizados.
Ivo Carraro, presidente da Associação Brasileira de Obtentores Vegetais (Braspov), também integrou a mesa redonda e apontou que, na última safra, quase 40% das sementes de soja utilizadas no Brasil foram ilegais, uma marca “absurda e inacreditável”, segundo ele.
Para o deputado federal Rogério Roman, que integra a comissão que discute alterações na Lei de Proteção de Cultivares na Câmara, este trabalho passa “por educação e respeito à pesquisa, ciência e tecnologia”.
O coordenador da Comissão de Legislação da ABRASS e presidente da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), Carlos Ernesto Augustin, fechou o painel argumentando que o foco de combate não pode ser dirigido apenas aos “pirateiros”, mas aqueles agricultores que adquirem e fazem uso de sementes ilegais devem ter punição mais severa, pois são eles que alimentam este sistema.
Palestraram, ainda, o presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), José América e o coordenador de Sementes e Mudas do Mapa, André Peralta.
O XIX CBS
A edição 2015 do Congresso Brasileiro de Sementes acontece entre os dias 14 e 17 de setembro, em Foz do Iguaçu, e tem como tema central "A semente e a evolução tecnológica para os sistemas de produção". O evento discute todo o impacto da semente para o setor agropecuário nacional, frente ao atual cenário econômico, tecnológico e climático. Temas polêmicos como pirataria, reflorestamento e padrões de qualidade na semente estão presentes. O evento recebe em torno de 1.400 participantes e terá mais de 60 palestrantes, além da apresentação de 1.120 trabalhos técnicos em sementes.