Brazil
March 8, 2013
Source: Unoeste
A região de Presidente Prudente é um dos polos produtores de sementes de forrageiras. A colheita dessa cultura é realizada por varredura, processo que gera grande quantidade de palhada remanescente. Com a legislação ambiental vigente, essa matéria – que antes era queimada – passou a ser utilizada pelos produtores para o cultivo de plantas graníferas, como o feijão, em sistema de semeadura direta.
Cientes desse novo manejo e atentas às necessidades dos agricultores, a graduação e pós-graduação em Agronomia da Unoeste, em parceria com o curso de doutorado em Agronomia da Unesp de Botucatu (SP), desenvolvem o projeto “Manejo da adubação nitrogenada para a cultura do feijão em sucessão a gramíneas forrageiras cultivadas para produção de sementes”. Há financiamento das Fundações de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Agrisus – Agricultura Sustentável.
O professor doutor Carlos Sérgio Tiritan, da Unoeste, é o responsável pela orientação dos acadêmicos de Agronomia Elton Anderson Aranda e Igor Ribeiro de Souza Bonfim e do mestrando Amarildo Francisquini Junior. Além disso, coorienta o doutorando Tiago Aranda Catuchi. “Esse estudo é de grande relevância, pois possui caráter interinstitucional e une duas instituições tradicionalmente conhecidas no ensino agronômico. Vale destacar que este contato fornece um intercâmbio ímpar entre trabalhos de iniciação científica, Conclusão de Curso (TCC), dissertação de mestrado e tese de doutorado”, fala Tiritan.
Catuchi explica que a elaboração do projeto é parte da sua tese de doutorado, orientada pelo professor doutor da Unesp de Botucatu, Rogério Peres Soratto. “O estudo embasou-se na problemática do produtor de sementes de forrageiras, que é a obtenção do alto volume de palhada. Sabemos que essa matéria remanescente realiza a manutenção da umidade do solo, evita oscilações de temperaturas muito altas e disponibiliza nutrientes para culturas sucessoras após sua decomposição. Entretanto, provoca alterações na dinâmica do nitrogênio desta superfície”, diz. Catuchi.
Ele ainda argumenta que o cultivo de feijão comum em sucessão a essas forrageiras, com recomendações de adubação nitrogenadas convencionais, realizadas em cobertura, pode reduzir a produtividade de grãos pela carência de elemento, especialmente, na fase inicial de desenvolvimento das plantas. “Neste contexto, a prática de antecipação da adubação nitrogenada na cultura forrageira pode favorecer a produção de sementes das mesmas e disponibilizar nitrogênio na fase inicial da cultura do feijão em sucessão. Isso também pode contribuir para decomposição da palhada, evitando acúmulo excessivo nas áreas destinadas a produção de sementes de forrageiras”, pontua.
O doutorando acrescenta que existem três áreas que receberam o experimento, que terá uma repetição de dois anos. “Ele foi implantado no campus II e em duas propriedades rurais localizadas em Santo Anastácio e Rancharia. É importante dizer que a pesquisa encontra-se em etapas distintas: na universidade e em Rancharia fizemos a semeadura da forrageira, já na cidade de Anastácio realizamos a colheita das sementes de forrageira, manejamos a palhada e estamos aguardando as chuvas para o plantio do feijão”.
Francisquini Junior aponta que o estudo será importante para o seu mestrado e proporcionará experiências. “Estou satisfeito em participar deste projeto, que é de grande relevância, pois a partir da constatação que a adubação nitrogenada pode antecipar o processo de decomposição da palhada, este manejo economicamente viável contribuirá com a produtividade do feijão na nossa região”.
Para Aranda, que cursa o 2º termo de Agronomia, a participação neste projeto fornecerá uma complementação significativa do que é visto em sala de aula. “As vivências fornecidas por meio da iniciação científica são recompensadoras para quem tem vontade de aprender, essa prática é uma excelente oportunidade”. Tiritan observa que esta pesquisa tem um propósito relevante. “Essa iniciativa é muito válida, pois vai atender uma demanda regional. Sendo assim, os resultados práticos gerados nesse estudo poderão ser aplicados pelos produtores”.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste