Brazil
April 14, 2012
Um estudo encomendado pela Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) à consultoria Céleres mostra que a adoção de variedades de soja tolerantes a herbicidas e milho e algodão geneticamente modificadas (GMO) trouxe US$ 12 bilhões a mais à economia agrícola do país desde a chegada dos transgênicos, em 1996/97, até 2010/11.
A pesquisa, realizada com mais de 350 agricultores que plantam sementes GMO e convencional em todas as regiões do país, foi divulgada nesta quinta-feira (12). O resultado econômico estaria relacionado à redução de custos - por permitir melhor manejo - e aumento dos rendimentos por hectare.
"O ganho de produtividade é um benefício indireto. A partir do momento em que a semente permite maior controle de pragas e doenças, como a lagarta, por exemplo, o produtor consegue rendimento maior", pondera Anderson Galvão, diretor da consultoria e coordenador do estudo.
Apesar de os resultados variarem para cada região do país, Galvão diz que, na média, para cada R$ 1 investido a mais em sementes de soja GMO na última safra, o agricultor teve de volta R$ 1,59. Como os rendimentos do milho são superiores aos da oleaginosa, o retorno projetado para cada real investido por hectare é maior no cereal: R$ 2,61.
Para a Abrasem retorno financeiro deve sustentar ganho de terreno de grãos geneticamente modificados nos próximos anos no país. "Acredito que em um determinado momento a área de transgênicos pare de crescer, mas, no caso da soja, deve chegar a 95% da área total [cerca de 25 milhões de hectares] cultivada no Brasil", estima Narciso Barison Neto, presidente da entidade. Segundo ele, atualmente, cerca de 2 milhões de toneladas de soja saem dos campos brasileiros livres de transgenia. Mas o grão convencional deve manter um nicho de mercado.
Além do benefício econômico, a adoção de biotecnologia reduziu em 21,2 bilhões de litros o uso de água na agricultura, através da redução de pulverizadores nos campos. Só na safra passada foram economizados 5 bilhões de litros, aponta o estudo.
Fonte: Gazeta do Povo