Brazil
September 2, 2024
Photo: Divulgação CBA
A Embrapa estará presente no 14° Congresso Brasileiro do Algodão - CBA, que será realizado de 3 a 5 de setembro, no Centro de Convenções de Fortaleza, CE. Com mais de 3 mil participantes dos diversos elos da cadeia produtiva, o CBA é maior evento da cotonicultura brasileira, promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), com o apoio científico da Embrapa.
Com o tema “Construindo história rumo ao protagonismo mundial”, o evento enfocará a liderança do Brasil no mercado internacional do algodão e as perspectivas para os próximos anos. Terceiro maior produtor mundial de algodão, com 3,6 milhões de toneladas por ano, o Brasil se tornou o maior exportador mundial na safra 2023/2024. O País consome cerca de 1 milhão de toneladas e o restante é exportado.
Uma das novidades deste ano será a participação da presidente Sílvia Massruhá, da Embrapa, na plenária máster “A inteligência artificial vai produzir algodão? O avanço da agricultura digital”, no dia 4 de setembro, a partir das 11h15. A plenária, mediada pela jornalista Patrícia Travassos, contará ainda com a presença do diretor da Startse Agro Maurício Schneider e da consultora Martha Gabriel. Os palestrantes compartilharão suas experiências, previsões e tendências tecnológicas que moldarão o futuro do setor.
O congresso contará com 76 palestrantes, incluindo especialistas internacionais. A programação será dividida em 19 salas temáticas e seis workshops que abordarão temas como entomologia; fitopatologia e nematologia; qualidade, colheita, beneficiamento e agronomia; sustentabilidade e fisiologia.
Durante os três dias de evento, 30 pesquisadores da Embrapa estarão interagindo com os participantes durantes as plenárias, palestras, workshops, apresentação de trabalhos científicos e no estande institucional da Embrapa. Oito Unidades da Embrapa estarão presentes: Algodão, Agropecuária Oeste, Arroz e Feijão, Cerrados, Instrumentação, Milho e Sorgo, Soja e Territorial.
Resistência do algodoeiro a nematoides
No dia 3, às 16h30, o pesquisador da Embrapa Algodão Nelson Dias Suassuna ministrará palestra na sala temática “Evolução da ocorrência e do manejo de nematoides no algodoeiro com olhar no sistema de produção”. “Abordaremos a importância dos nematoides na cultura do algodoeiro, enfatizando danos, ocorrência, evolução de espécies tradicionais e também novas espécies no sistema e, mais detalhadamente, a questão da resistência genética no controle de nematoides no algodoeiro no Brasil”, conta.
Também participam desta sala temática o pesquisador Guilherme Asmus, da Embrapa Agropecuária Oeste, e o pesquisador Rafael Galbieri, do Instituto Matogrossense do Algodão.
Solução de desafios por meio do melhoramento genético
No dia 4, às 16h45, o coordenador do programa de melhoramento genético do algodoeiro da Embrapa, pesquisador Camilo Morello, participará da sala temática "Os desafios e as novas ferramentas para melhorar as cultivares de algodão", com a palestra sobre a solução dos desafios por meio do melhoramento clássico do algodoeiro. “Vamos abordar a evolução do melhoramento genético de plantas, ressaltando as contribuições das metodologias do melhoramento clássico e de precisão para o aumento da eficiência dos programas e do desenvolvimento de novas cultivares de algodoeiro. Indicarei alguns desafios nos sistemas de produção com algodão no Cerrado e as opções de metodologias de melhoramento para a solução desses desafios”, adianta. A sala temática será coordenada por Murilo Maeda, gerente de tecnologia da Basf, e ainda terá palestra do pesquisador Pedro Henrique Diniz, da TMG.
Doenças e nematoides
Em paralelo, acontecerá a sala temática “Resultados dos ensaios em cooperação de doenças e nematoides e ações práticas de manejo”, sob a coordenação do fitopatologista Fabiano Perina, da Embrapa Algodão. Serão apresentados os resultados mais recentes acerca do controle químico da mancha-de-ramulária, mancha alvo e ainda, do controle biológico e químico de nematoides em algodoeiro. “Esses são principais problemas de doenças que a cultura do algodoeiro enfrenta atualmente no Brasil”, afirma.
A sala temática contará com a coordenação de Fabiano Perina, participação da nematologista do Instituto Goiano de Agricultura, Laís Fontana e do consultor da Ceres Consultoria Agronômica, pesquisador Guilherme Ohl.
Sistemas de produção para melhorar perfil do solo e estocar carbono
Simultaneamente, também será realizada sala temática com o tema “Modelos de sistemas de produção para algodoeiro: impactos no perfil e estoque de carbono no solo”, com participação do pesquisador Alexandre Cunha de Barcellos Ferreira com palestra sobre pesquisas de longa duração sobre sistemas de produção de algodão para a agricultura de baixo carbono. Serão apresentados resultados de trabalhos de pesquisa da Embrapa e outras instituições parceiras, sobre sistemas de manejo do solo e de produção de algodão, em rotação ou sucessão de culturas, principalmente com a soja e o milho, integradas ou não ao cultivo de plantas de cobertura e adubos verdes.
“Os experimentos conduzidos em solos argilosos e arenosos do Cerrado durante cerca de uma década evidenciam a importância do cultivo do algodoeiro em sistema plantio direto (SPD), comparado ao sistema convencional de preparo do solo, para a melhoria da qualidade do solo e da produtividade das culturas, especialmente do algodão e da soja. Em síntese, o cultivo do algodoeiro baseado no SPD, quando é devidamente praticado, além de favorecer altas produtividades e a resiliência no enfrentamento de eventos climáticos adversos, favorece a estocagem de carbono no solo e, consequentemente, tende a mitigar as emissões de CO2, gás de efeito estufa”, destaca o pesquisador.
Os outros palestrantes serão o professor adjunto no Departamento de Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras, na área de Conservação do Solo e da Água, Junior Cesar Avanzi, e o coordenador de Solos e Pesquisa da SLC Agrícola, Fábio Ono.
Cultivo de algodão na agricultura familiar
No último dia do evento (5), a partir das 14h30, a produção de algodão na agricultura familiar será a temática de um workshop, com a participação de Nair Helena Arriel, chefe-geral da Embrapa Algodão. Sob a coordenação de Cecília Malaguti, responsável pela cooperação técnica Trilateral Sul-Sul com Organismos Internacionais, da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), o workshop terá ainda como palestrantes: Adriana Gregolin, coordenadora regional do projeto +Algodão, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO); Maria Amália Marques, representante da comissão técnica dos Sistemas Participativos de Garantia da Rede Borborema de Agroecologia; Francisco Juscelino Sampaio, presidente da Associação dos Produtores de Algodão do Estado do Ceará (APACE); e Airton Carneiro, presidente da Associação de Produtores de Algodão do Estado do Ceará (APAECE).
Nair Helena Arriel abordará o tema Produção de algodão orgânico no Semiárido. “Vamos apresentar os avanços do cultivo global do algodão orgânico, a situação atual da pesquisa e os desafios do cultivo, demonstrando que é possível expandir a cultura de algodão em consórcios em assentamentos e comunidades do Semiárido com base na agricultura familiar e na agroecologia. A produção de pluma de algodão orgânica e outros cultivos com fins comerciais pode proporcionar renda extra e ainda a segurança alimentar a partir da melhoria na produção de alimentos como o milho, feijão e gergelim, além do aproveitamento de coprodutos, como a ração dos animais graças ao caroço de algodão. Com ações de manejo e conservação do solo, da água, da diversidade de animais e plantas podemos preservar os recursos naturais em benefício do meio ambiente e da sociedade”, afirma.
Ferramentas biológicas para a agricultura
Paralelamente, acontecerá o workshop “Ferramentas de origem biológica para a agricultura: desafios e oportunidades”, com participação do fitopatologista de Embrapa Algodão Fabiano Perina. “Serão demonstrados aspectos gerais da utilização de produtos biológicos no Brasil, com ênfase na cultura do algodão, demonstrando resultados de pesquisas recentes com utilização de controle biológico com foco no controle de nematoides e doenças, bem como, exemplos de modo de ação, sua relação com a produtividade e aspectos técnicos importantes para o sucesso no uso do controle biológico na cultura do algodoeiro”, diz Perina.
O encontro terá, ainda, a presença dos professores da Universidade Federal do Mato Grosso, Thiago Giulio e Martha Viviana Torres, da Universidade Estadual de Londrina, Galdino Andrade, e da CEO da Go Genetic Vânia Pankievicz.
Confira aqui a programação completa.