Brazil
September 15, 2022
Não é fácil uma resposta e é quase um dilema avaliar qual o cenário do ensino e da pesquisa em ciência no Brasil. A professora da Universidade Federal de Lavras, a doutora Édila Villela Von Pinho, é taxativa: “O cenário merece cuidado. É o momento de um olhar atento. É preciso seriedade e compromisso com a formação do estudante, desde a graduação, passando pelo mestrado e doutorado”.
Édila proferiu a palestra “Ensino e pesquisa em ciência e tecnologia de sementes”, na terça-feira (13), no Painel 5, do XXI Congresso Brasileiro de Sementes (CBSementes). O evento vai até quinta-feira (15), no Expo Unimed, em Curitiba. A realização é da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates).
O painel foi moderado pela doutora Denise Cunha Fernandes Santos Dias, da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Entre os debatedores estiveram Gladir Tomazetti, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS) e os doutores Silmar Peske, diretor da Seed News, e Geraldo Berger, da Bayer.
O número de estudantes brasileiros orientados por doutores é pequeno, já que a proporção desses titulados é algo em torno de 10 por 100 mil habitantes. É um resultado tímido comparado a países, como a Suíça, que lidera o ranking com cerca de 50 a 60 doutores por 100 mil habitantes.
“É comprovado que investir em ciência e ensino de qualidade é o caminho para o desenvolvimento de qualquer país. Os dados estão aí. Em trabalhos recentes, há uma correlação altamente positiva e direta entre o desenvolvimento dos países e o investimento em ensino e pesquisa de qualidade”, ressaltou a professora.
Édila destacou ainda que é preciso fazer uma gestão de estado do ensino e da pesquisa. Acrescentou que, enquanto estivermos pensando, em todos os níveis, gestões que não são de governo, teremos sempre gargalos.
A palestrante apontou também muitos desafios que precisam ser superados para aproximar a academia do mercado.
“O que tem acontecido, e é uma preocupação de quem está à frente dos programas de pós-graduação, é aproximar a academia cada vez mais do setor produtivo. Quando a gente fala aproximar mais do setor produtivo é desenvolver e transferir tecnologias para atender a demanda da sociedade. Qualquer resultado nosso tem que focar na qualidade de vida de uma população”, afirmou a professora.