February 14, 2014
Ao reduzir as perdas, facilitar o manejo e contribuir para o aumento de produtividade, os transgênicos diminuíram a necessidade de área plantada em 123 milhões de hectares, entre 1996 (ano do lançamento da primeira planta nos EUA) e 2012. Essa área, aproximadamente do tamanho do estado do Pará, seria demandada, caso a produção atual de 377 milhões de toneladas de alimentos e fibras adicionais não fossem produzidas por lavouras geneticamente modificadas (GM) no mesmo período.
A constatação está no relatório sobre comercialização de variedades GM, divulgado ontem (13) pelo Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), organização não governamental apoiada por entidades dos setores público e privado. O documento também revela que, em 2013, foram plantados 175,3 milhões de hectares de variedades transgênicas em todo o mundo. O Brasil figura em segundo lugar, com 40,3 milhões de hectares cultivados com soja, milho e algodão GM, atrás apenas dos EUA (70,2 milhões de ha).
Entre 2012 e 2013, o País registrou aumento de 10% na área plantada, com adoção de 92% para a soja, 90% para o milho e 47% para o algodão. “Os transgênicos permitiram a intensificação da produção global e, principalmente, brasileira, contribuindo para evitar que a agricultura disputasse área com reservas de biodiversidade nos 27 países em que são cultivados”, afirma Anderson Galvão, representante do ISAAA no Brasil.
Ainda de acordo com o relatório, os transgênicos são vitais para reduzir o avanço de fronteiras agrícolas e garantir a produção de alimentos, mas devem ser combinados com outras práticas agrícolas. “Rotação de cultivos, manejo da resistência e práticas conservacionistas como o plantio direto são exemplos de técnicas necessárias tanto em lavouras transgênicas como em convencionais, na perspectiva de uma agricultura sustentável”, afirma Galvão.
O levantamento do ISAAA aponta que, entre 1996 e 2012, os transgênicos resistentes a insetos (Bt) e a herbicidas evitaram o uso de 497 milhões de quilos de princípio ativo de defensivos químicos. Essa economia foi sentida, sobretudo, nos primeiros anos de cultivo das variedades tolerantes a herbicidas, que tornaram o controle de plantas daninhas mais barato e eficiente. Só em 2012, as cultivares GM evitaram a emissão de 26,7 bilhões de quilos de CO2 (volume produzido por 11,8 milhões de carros em um ano). A economia foi obtida com a menor movimentação de maquinário, decorrente da redução de tratamentos na lavoura e da aragem.
Em 2014, Ano Internacional da Agricultura Familiar, declarado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), é especialmente relevante a informação de que os benefícios financeiros geraram melhora na qualidade de vida de 18 milhões de agricultores, 90% dos quais (16,5 milhões) pequenos produtores. Incluindo-se as famílias desses agricultores, o total de beneficiados chega a 65 milhões de pessoas.
Clique aqui para conferir o link para o resumo executivo em português.
Fonte: