home news forum careers events suppliers solutions markets expos directories catalogs resources advertise contacts
 
Forum Page

Forum
Forum sources  
All Africa Asia/Pacific Europe Latin America Middle East North America
  Topics
  Species
 

Brasil - Semente como vetor do sucesso do agronegócio


Brazil
February 9, 2021


 

“Quando assumi o governo, decidi melhorar as condições da pesquisa agrícola paranaense, que, ao longo dos anos, deu contribuições relevantes para o avanço da agricultura. Fundimos pesquisa e assistência para viabilizar a reposição de profissionais e redefinir o escopo dos estudos, trazendo a decisiva participação do setor privado na definição daquilo que deve ser trabalhado.” A afirmação é do governador do Estado do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, sobre mudanças no Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDRPR), em entrevista exclusiva para a edição 2020 da Revista Apasem. Além desse tema, assuntos como “sementes certificadas”, “investimentos” e “infraestrutura estadual” também estiveram na pauta. Acompanhe os principais trechos desta conversa. 

Revista Apasem: Como é a relação do Governo com o agronegócio paranaense, em especial com o setor sementeiro aqui presente, e o que já foi possível desenvolver em conjunto? 

Carlos Massa Ratinho Junior: O setor sementeiro, por desenvolver materiais de reprodução e propagativos, especialmente na forma de sementes de alta qualidade e de potencial produtivo, tem grande responsabilidade e crédito pelo sucesso do desempenho do nosso agronegócio. Procuramos manter uma relação amistosa e proativa com todos os elos do agronegócio, simplificando procedimentos, reforçando ações de controle de qualidade onde haja a necessidade da presença de algum agente público, mas criando um ambiente favorável ao trabalho. O agronegócio representa mais de um terço do produto paranaense, emprega centenas de milhares de pessoas no campo e nas agroindústrias e contribui com mais de 70% de todas as divisas geradas no esforço exportador. 

RA: Quais foram as principais medidas adotadas no comércio internacional para que os produtos cultivados no Paraná tenham espaço em outros países, abrindo novos mercados? 

CMRJ: Fizemos intervenções importantes desde o início de nosso governo, procurando aumentar a eficiência dos portos paranaenses, a velocidade de embarque e reduzir os custos operacionais, tornando Paranaguá competitivo. Além disso, mantemos intensas e profícuas relações com a ministra da Agricultura, Teresa Cristina, no sentido de apoiá-la na abertura de novos mercados para a produção paranaense. Afinal, mais de 70% do que exportamos têm origem no campo e, por isso, é importante termos um comércio ágil, livre de amarras, com bons protocolos. Eu mesmo, antes da pandemia, fui por três vezes ao exterior para ampliar o relacionamento do Paraná com o mundo, atrair investidores e prospectar oportunidades comerciais.

RA: Quanto à infraestrutura, o que se tem de projetos para melhorar o transporte, a logística e a segurança nas estradas? Como será o novo modelo de pedágio?

CMRJ: Eficiência de infraestrutura e de logística é fundamental para o sucesso competitivo do agronegócio paranaense. Além dos investimentos no Porto de Paranaguá, estão em curso novas moegas, carregadores, esteiras e novos portos privados começam a sair do papel. Estamos mantendo as rodovias em condições de trafegabilidade. Buscamos empréstimos para financiar grandes intervenções em duplicações de trechos, terceiras faixas e obras rodovias historicamente travadoras do desenvolvimento como as PRs 280, 323, 092 e a Rodovia dos Minérios. Definimos com a União o modelo das concessões de obras e manutenção de rodovias, buscando obras no início dos contratos e redução das tarifas de pedágio. Ajustamos com a Justiça acordos de leniência com empresas que tiveram problemas de corrupção para a execução de obras de duplicação e obras de arte como, por exemplo, na BR-277 e no Trevo Cataratas, em Cascavel. Fizemos um ajuste entre a Ferroeste e a Rumo para aumentar o volume e a eficiência do trecho entre Cascavel e Guarapuava, seja no transporte de grãos ou de contêineres de proteína animal.

RA: Quais têm sido os projetos acompanhados e apresentados na pesquisa voltada ao desenvolvimento de novas cultivares que entram nos campos paranaenses? Investimentos?

CMRJ: Atualmente, dos 112 projetos de pesquisa em execução no IDR-Paraná, 27 são de melhoramento genético. Como resultado dos projetos de melhoramento genético em execução desde a fundação do Iapar, foram colocadas 214 novas cultivares à disposição dos agricultores paranaenses e de outros Estados da Federação, além de alguns países da América Latina (cultivares de trigo, milho e feijão), da Europa (aveia Iapar-61 IPR Tuiuiú) e Ásia (arroz Iapar-9, cultivado na China).

Em relação aos investimentos, vivemos uma situação de restrições orçamentárias, que exige grande responsabilidade do administrador público. Mas conhecemos a realidade e trabalhamos diariamente para conseguir melhoria econômico-financeira no Estado, visto que sabermos da necessidade que os projetos têm de investimentos em equipamentos como semeadoras e colhedoras de parcela, veículos adaptados para o transporte desses equipamentos, balanças eletrônicas, determinadores de umidade, contadores de sementes e Unidade de Beneficiamento de Sementes Genéticas. Também é de nosso conhecimento a necessidade de câmaras frias para conservação de recursos genéticos, que constituem a base da variabilidade genética para desenvolvimento de novas cultivares, essenciais para a diversificação e sustentabilidade da agricultura. A perda desses recursos pode afetar programas de melhoramento genético de relevância para o Estado, com impacto direto na geração de renda e sustentabilidade da agricultura. A estrutura física para a conservação dos recursos genéticos do IDR-Paraná foi financiada pela FINEP, em 2008, sendo que os equipamentos seriam adquiridos pelo instituto. No entanto, até o momento, os equipamentos, que se constituem em duas câmaras frias – uma para conservação de sementes a curto prazo (seis anos), orçada em R$ 800 mil, e outra para conservação de sementes a longo prazo, orçada em R$ 1,2 milhão –, não foram adquiridos, apesar dos esforços perante órgãos financiadores. O aporte desses recursos permitirá a adequada conservação de boa parte da biodiversidade agrícola do Estado do Paraná, o desenvolvimento de novas cultivares de espécies de interesse atual, tais como feijão, milho, trigo, triticale e aveia, e espécies com potencial futuro, tais como crotalária, grão-de-bico, forrageiras e plantas medicinais. Outra demanda desses programas de melhoramento é a reposição de mão de obra, principalmente de pesquisadores e pessoal de apoio técnico. É algo que está nos planos e que depende do fôlego orçamentário e de liberação do Estado diante dos limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

RA: Em relação ao Iapar (IDR)? 

CMRJ: O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná) é fruto da união de quatro instituições até então autônomas: Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar) e Centro de Referência em Agroecologia (CPRA). Cada uma delas tinha grande importância na missão que exercia, mas, como existiam de forma autônoma, atuavam da mesma maneira. Com a junção, o Estado integrou no mesmo espaço e na mesma ideia a excelência da pesquisa, da assistência técnica e extensão rural, da agroecologia e do fomento, sem perda da essencialidade de cada uma. Pelo contrário, a tendência é que haja potencialização. Ao levar pesquisa e extensão de forma conjunta para mais próximo do agricultor, conseguimos entregar um serviço com mais qualidade, beneficiando a agricultura paranaense e adequando-a à realidade. E, de outro lado, pesquisador e extensionista contribuem reciprocamente para o crescimento de ambos. No caso do desenvolvimento de sementes de feijão, trigo e uma infinidade de outras variedades, que é uma especialidade dos pesquisadores, agora ganha ainda mais importância social. Unidos aos extensionistas, os pesquisadores podem testar as sementes não apenas em laboratórios ou nas estações de pesquisas e unidades próprias distribuídas em todos os polos do Estado, mas conseguem chegar próximo ao produtor, que é o sujeito e o destinatário dessas pesquisas. E sempre seguindo todas as normas estabelecidas pela Abrasem. 

O IDR-Paraná, que foi criado no final do ano passado, já está trabalhando de forma muito estreita com sindicatos, associações, universidades, empresas de pesquisa e extensão e outras entidades, visando à integração de todo o setor rural e, como seu próprio nome expressa, levar o desenvolvimento ao campo. O instituto tem direcionado seus projetos para construir e entregar soluções qualificadas em relação às demandas tecnológicas e de sustentabilidade cada vez mais exigidas pelos produtores, como o bom manejo de águas e solos, as técnicas de irrigação, o desenvolvimento de agropecuária sustentável e a mecanização e automação da propriedade. O IDR-Paraná também pensa e quer fazer negócios. Há parceiros que podem contribuir em muito com o avanço da agropecuária paranaense. Se houver uma estratégia de mercado, cada projeto desenvolvido pode ganhar em proporção e ser mais valorizado, inclusive melhorando ainda mais a classificação de produtos no Porto de Paranaguá e os que são entregues à população, particularmente nos programas sociais. Entre as ações do instituto também está a comercialização de tecnologias com variedades de sementes. Para isso, é preciso pesquisar e criar. O IDR-Paraná está continuamente produzindo sementes, nunca vai abdicar de lançar cultivares de frutas, hortaliças, tubérculos e o que mais for importante para o meio rural e o meio urbano, onde as hortas ganham espaço.

RA: Tem acompanhado a problemática vivida no campo que envolve a pirataria de sementes e o que é possível fazer para ajudar a barrar essa prática?

CMRJ: Essa questão de sementes irregulares nos preocupa sempre, como toda pirataria, pois prejudica quem tem vontade de trabalhar de maneira justa e honesta. No caso de sementes, essa preocupação soma-se ao potencial da perda de qualidade no alimento, fazendo com que o próprio consumidor seja lesado. Porém, a questão de fiscalização dos campos de produção e do uso de sementes é atribuição do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com o qual, sempre que as circunstâncias exigem, tratamos desse tema. A Adapar, por sua vez, atua de forma bastante acentuada na fiscalização do comércio e do trânsito de sementes, que são suas atribuições. Por ser material de propagação, é um produto alvo de verificação tanto nos postos instalados nas divisas com os Estados quanto se estiver em circulação pelo Paraná. A fiscalização exige que o transportador apresente, no mínimo, a nota fiscal e o termo de conformidade. Se não houver, imediatamente a carga é barrada e são tomadas todas as medidas previstas na legislação. O que os técnicos de campo observam é que a circulação de material pirata ocorre, sobretudo, entre os produtores de sementes piratas    e o produtor rural. Nesse caso, é emitida uma nota de grão e não de semente, tornando mais difícil identificar esse tipo de material pirata no comércio. Os fiscais são orientados para irem até a propriedade fazer a constatação do uso se houver desconfiança de que o material registrado na nota fiscal como grão será plantado. No entanto, se isso for constatado, a Adapar não tem atribuição de autuação, porque a fiscalização do uso de semente também é competência do Ministério da Agricultura. Resta, então, aos fiscais do órgão estadual fazer denúncia ao Ministério. Ao lado da questão de comercialização irregular de sementes, também há preocupação com a defesa agropecuária em si, como em casos do recebimento de sementes de origem desconhecida, verificado em 2020 no Estado. Nessa situação, por exemplo, os fiscais do Estado trabalham para evitar a introdução de pragas que possam prejudicar as culturas exploradas pelos agricultores paranaenses. 

Fonte: Revista APASEM/Everson Mizga  Fotos: Rodrigo Felix Leal AEN

 



More news from: APASEM - Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas


Website: http://apasem.com.br

Published: February 9, 2021



SeedQuest does not necessarily endorse the factual analyses and opinions
presented on this Forum, nor can it verify their validity.

 

 

12 books on plant breeding, classic, modern and fun
 

12 livres sur l'amélioration des plantes : classiques, modernes et amusants

 
 

The Triumph of Seeds

How Grains, Nuts, Kernels, Pulses, and Pips Conquered the Plant Kingdom and Shaped Human History

By Thor Hanson 

Basic Books

 
 

 

 

Hybrid
The History and Science of Plant Breeding
 

Noel Kingsbury
The University of Chicago Press

 

 
1997-2009 archive
of the FORUM section
.

 


Copyright @ 1992-2025 SeedQuest - All rights reserved